top of page

125 Anos de Alfred Hitchcock: 3 filmes para conhecer o mestre

Cleiton Lopes











Em uma sexta-feira 13 chuvosa de agosto de 1899, na Inglaterra, nascia Sir Alfred Joseph Hitchcock, ou somente Hitchcock. 


Não sei dizer exatamente se foi desse jeito, mas é assim que imagino o nascimento do mestre do suspense há 125 anos. 


Nos seus 60 anos de carreira, produziu 53 longas-metragens, além de seu programa de TV Alfred Hitchcock Presents (1955-1965). Suas produções constantemente figuram nas listas dos melhores de todos os tempos. Para além do suspense, influenciou largamente o gênero de terror e o cinema de uma forma geral. Para dizer o quão importante é o trabalho do britânico, seria necessário muito mais que um texto simples. Devido a essa impossibilidade explícita, me ative a listar 3 filmes e, de bônus, um livro para começar a entender o cinema do mestre. 


E já recomendo, de antemão, assistir o máximo de produções e explorar diversos materiais que existem por aí.


Inquilino Sinistro (1927): Esse é considerado até pelo próprio diretor como primeiro “Hitchcock Picture”. Temos a história de um assassino em série que tem como alvo mulheres loiras que estejam nas ruas nas noites de terça feira. A trama gira em torno das suspeitas de que um inquilino recém-chegado em uma pequena pensão, seja o criminoso. Em um cinema que ainda era silencioso, Hitchcock utiliza a criatividade para gerar suspense e medo com recursos simples. Uma das cenas mais lembradas é a que o diretor precisava mostrar o suspeito impaciente no andar de cima da pensão. Então, para tanto, ele filma o personagem andando em um piso de vidro enquanto o lustre balança. Simples e eficiente. O filme completo está disponível no Youtube.


Psicose (1960): Essa produção é uma das, se não a mais lembrada do diretor. A história da personagem que foge com o dinheiro do seu patrão e vai parar em um hotel de beira de estrada gerenciado por personagens um tanto suspeitos. Hitchcock teve que batalhar bastante para conseguir realizar a produção da forma que ele queria em um cinema ainda cercado de censura. Além disso, o Psicose foi uma grande referência para os filmes de terror, principalmente no gênero slasher. A base do longa foi um livro de mesmo nome que, por sua vez, teve como inspiração a história do assassino em série Ed Gein que matava e roubava túmulos a fim de usar a pele dos cadáveres para fazer móveis e até máscaras. A história também foi inspiração para filmes como O Massacre da Serra Elétrica (1974) (lembra que o assassino usava como máscara pele de rostos humanos) em que a ideia foi criar uma família de Ed Geins. Além, é claro, da famosa cena do assassinato no chuveiro, que é uma das cenas mais clássicas do cinema.


Pássaros (1963): Este é um dos exemplos em que o Hitchcock tende mais para o terror que para o suspense. No longa, uma pequena cidade do interior passa a ser atacada de forma inexplicável por pássaros. Enquanto lutam para sobreviver, os moradores tentam entender qual é a causa do ataque dos animais. Pergunta que é um dos grandes mistérios do cinema do diretor. As cenas de suspense se misturam com as de terror e criam um filme de desastre muito interessante. Mesmo com os efeitos datados, as cenas ainda conseguem causar medo. Vou destacar uma em que a montagem é utilizada para construir suspense seguida por um terrível ataque à crianças. Enquanto uma personagem aguarda do lado de fora de uma escola infantil, um bando de pássaros começa a se formar em um parquinho atrás dela. A cada quadro, vemos mais animais se juntarem enquanto a personagem aguarda distraidamente. A música infantil ao fundo contrasta fortemente com o perigo que vai se formando aos poucos. É lindamente assustador. 


Bônus:

(Livro) Hitchcock/Truffaut: O crítico e cineasta francês François Truffaut, era um fã declarado de Hitchcock. Ele e outros críticos, como Goddard, que escreviam na revista Cahiers du Cinema, sempre exaltaram o trabalho do diretor e foram grandes responsáveis pela popularização do termo “cinema de autor” que eles aplicavam ao próprio Alfred. Truffaut então, acabou conseguindo encontrar com Hitchcock e realizar uma série de entrevistas em que discutiam as obras do cineasta e o cinema em geral. Anos depois a conversa se tornou um livro que é uma obra praticamente obrigatória para quem quer entender a sétima arte.


Esse é apenas um início. Vale a pena explorar mais a fundo a carreira de Hitchcock. É possível notar como muitas das coisas que vemos hoje nos filmes de suspense e terror vieram do trabalho do diretor, além de influenciar o cinema como um todo.


15 visualizações2 comentários

Posts recentes

Ver tudo

2 commentaires


Bianca Lais
Bianca Lais
24 sept.

Conteúdo super interessante, Cleiton. Tenho muita vontade de assistir "pássaros" e "um corpo que cai".

J'aime

Cleiton, dos filmes, assisti os últimos dois. Verdadeiros clássicos: lembro-me de assistir os pássaros ainda criança, e ficar apavorado (anda que ame animais de modo geral).


O livro é uma boa pedida, vale pela indicação.

J'aime
bottom of page