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A magia de Super Mario World

Lara Portilho










É fato que você, que está lendo isso, com certeza conhece Super Mario World do Super Nintendo. Lançado em 1990, o jogo vinha juntamente com o console, sendo o maior personagem da marca o protagonista da propaganda.


Com sua clássica boina e bigode, fez sucesso como sempre, porém, este jogo tem algo diferente, algo mágico. Não digo que seja o melhor jogo do SNES, mas convenhamos, ele tem uma sensação mágica que qualquer criança consegue notar. Meu objetivo é tentar dissecar algumas partes desta obra para entender sua magia. Ao soprar o cartucho e iniciar o console, temos a tela inicial do jogo, que proporciona uma certa sensação de conforto, indicando que será um jogo divertido, uma grande aventura.


A princípio, temos apenas Mario e seu companheiro Yoshi, um dinossauro verde que não conseguimos ver o herói sem, por uma fase ainda desconhecida, mas que parece interessante e, para uma criança, isso é tudo que importa.

Selecionando um "save", temos acesso ao primeiro mundo, algo amigável com várias criaturas, e seu objetivo é simples: salvar a princesa. Clichê, mas não nos importávamos muito com história naquela época; precisávamos apenas da adrenalina. E Super Mario nos proporciona essa adrenalina com mapas repletos de obstáculos e canos com áreas secretas. De tartarugas a dragões, os inimigos são variados e cheios de personalidade. Depois de uma grande indecisão entre começar pela direita ou pela esquerda, selecionamos a fase. Se começar pela direita, realmente começará pela primeira fase, onde o jogo nos apresenta tudo o que precisamos saber. Continuamos com os "power ups" dos jogos anteriores e temos novos colecionáveis, como as Yoshi Coins, por exemplo, que ao serem coletadas todas as cinco disponíveis na fase, proporcionam uma vida extra.


Os finais de cada fase são como grandes brinquedos de parque de diversões misturados com a sensação de linha de chegada. Uma grande estrutura com uma espécie de cilindro na horizontal; acertá-lo garante um número que, somado fase após fase, ao atingir 100, desbloqueia a fase bônus onde é possível conseguir muitas vidas. Após completar a primeira fase, você descobre o primeiro Botão P. São botões que, ao passar por uma fase especial, podem ser pressionados para preencher espaços vazios nas fases e facilitar o caminho. Mostrando que, além de aventura, Super Mario World também é recheado de criatividade.


Além disso, algo que também chama a atenção são as ambientações fantásticas do jogo, desde florestas encantadas até casas mal-assombradas ou cavernas misteriosas. Com uma trilha sonora que, mesmo sendo em 8-bit, proporciona uma imersão espetacular na aventura proposta. Isso fica claro já no primeiro mundo, onde o jogo apresenta fases coloridas e cheias de detalhes.


Logo após enfrentar o primeiro chefe, você desbloqueia uma nova área no mapa, onde consegue ter uma visão de todos os lugares para onde precisará ir, algo inovador para a época. O jogador pode até mesmo visualizar onde surgirá o castelo do maléfico Bowser, que mais uma vez assume o papel de vilão principal da trama, consolidando-se definitivamente como o grande supervilão de Mario. Uma grande criatura com espinhos nas costas que, com certeza, causou pesadelos em muitas crianças. Nesta área também descobrimos novas propostas apresentadas, como as fases secretas que dão acesso a novas áreas e novas maneiras de finalizar o jogo. Eu, quando criança, pude sentir a emoção de ser aventureira, tendo a liberdade de explorar tudo por mim mesma e de diversas maneiras diferentes.


No entanto, o ápice da exploração dentro do jogo é o acesso à Star Road, um mundo secreto que contém fases completamente diferentes com Yoshis de cores variadas. E, logo após concluir essas fases, um novo mundo é desbloqueado: a Special Zone, onde estão as fases mais difíceis do jogo e, para curiosidade de alguns, é onde está localizada a fase que aparece na tela inicial do jogo. Um fato interessante é que se você permanecer parado por alguns minutos na seleção de fases deste espaço, um remix da música tema de Super Mario Bros começa a tocar (e as fases têm nomes de gírias do surf!). Para uma criança, como foi para mim, é motivo de comemoração. Motivo para chamar os pais e mostrar a eles o que você havia descoberto, e passar mais horas e horas jogando. Muitas horas mesmo, porque eram fases complicadíssimas. Caso as crianças não descobrissem isso e seguissem o caminho natural, iriam passar por cavernas, montanhas, florestas ilusórias e até mesmo por um mundo que parece ser feito de chocolate. Tudo isso para chegar ao tão temido vilão.


O mundo de Bowser é assustador; senti arrepios ao entrar naquele lugar escuro com barulhos de trovões e uma música ameaçadora, com fases que beiravam o impossível. Lembro-me de passar semanas naquelas mesmas fases, agarrada nas mesmas partes e quase soltando fogos ao conseguir, finalmente, avançar, nem que fosse alguns metros. Tudo isso para me aproximar ainda mais da luta final. Porém, se você optou pelo caminho da estrela, como fiz na minha infância, chegará ao castelo da mesma forma, pulando muitas e muitas fases do caminho original.


O castelo do grande vilão é gigantesco e assustador, dividido por várias salas até a luta final. Minhas mãos suavam frio ao escolher cada parte; anos depois descobri que existe uma ordem mais fácil para passar. O caminho era repleto de obstáculos inimagináveis, inclusive com partes subaquáticas. Depois de muito tempo, você chega, com trovões e um "tan tan tan" que me fazia querer gritar, Bowser aparecia em uma nave pronto para a guerra. As pequenas mãos trêmulas no controle, encarando aquele monstro que tinha o triplo do tamanho do herói. A batalha é árdua, testando seus reflexos e habilidades. A recompensa é ver a princesa, saindo da nave, a mesma que te ajudou com cogumelos durante toda a batalha. Sua missão finalmente está concluída.


Ver a princesa sendo resgatada do castelo enquanto a trilha sonora de comemoração toca, me fez sentir como se eu realmente fosse o próprio Mario, dentro da minha televisão de tubo, vencendo o maior dos inimigos com louvor. Aprendi que sempre podemos viver uma grande aventura enquanto ajudamos alguém. Super Mario World do Super Nintendo me fez ser uma pessoa melhor quando se trata de ajudar o próximo; essa é a maior mágica do mundo dos jogos. A magia da descoberta, de evoluir, de aprender e de ser o herói mais forte, a imaginação explodindo com pensamentos fantasiosos sobre tudo o que se vê. Para mim, a magia de Super Mario World é explicada com uma palavra: originalidade.


49 visualizações7 comentários

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7 Comments


Guest
Jul 21

Matéria interessante!

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Guest
Jul 19

Fantástico! Me lembro de um amigo perto de casa, e a gente passando horas e horas jogando Super Mario ( as viramos a noite… kkk). Mas era de verás emocionante. E o mais legal é que nessa época fizemos amigos que levamos até hoje.

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Guest
Jul 19

Incrível!!

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Amei!!

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Me fez lembrar da minha infância.

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