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A redenção em tornar-se alguém melhor: God Of War

Claudio Marcos, colunista








O arquétipo de jornada mais conhecido no meio literário é a jornada do herói, mas um grande arquétipo que foi utilizado em duas das maiores franquias de jogos foi o da redenção. A jornada em que o protagonista busca compensar seus erros e tornar-se alguém melhor, alguém que ajude, que seja mais gentil, mais bondoso.


"Você sempre foi muito mais do que os outros viam", Kratos para si mesmo no jogo God of War Ragnarök

Kratos, um mortal que se tornou um deus, teve sua jornada na trilogia God Of War em busca de vingança, por ter sido enganado pelo deus Ares e ter matado sua esposa e filha. Kratos, também chamado de fantasma de Esparta, se vinga de Ares no primeiro jogo e, no segundo, é enganado novamente, mas desta vez por Zeus. Já em seu terceiro jogo, vinga-se de Zeus e aniquila qualquer um que se coloque em seu caminho, fazendo uma tragédia na mitologia grega.


Se você quiser conhecer um pouco mais das intrigas dentro da mitologia,

acesse a coluna da Especular aqui


Assim, Kratos torna-se um destruidor, um monstro, mas percebe que a vingança não compensa; ele não recupera o que perdeu. Então, vaga sem rumo após destruir toda a Grécia. Kratos retorna no God Of War (2018), desta vez mais velho e em uma nova mitologia, a nórdica, onde foi parar após vagar sem rumo.




Ele busca reconstruir sua vida, encontra um novo amor, tem um filho, busca ser um bom pai e marido, mas seu passado ainda o assombra. O jogo de 2018 desenrola-se a partir das consequências das ações do Kratos do passado, sendo perseguido por Baldur. Sua esposa faleceu, e seu último pedido foi que suas cinzas fossem jogadas no pico mais alto de todos os reinos; o jogo desenrola-se com essa aventura de buscar o pico mais alto.


O diferencial é a forma como o atual fantasma de Esparta lida com essas situações, buscando ser alguém mais calmo, focado e sem ódio. Além da mudança de personalidade de Kratos devido ao tempo que se passou, o filho do protagonista, Atreus, nos acompanha durante a gameplay.


O impacto da jornada de redenção de Kratos é transmitido não só pela gameplay ativa, mas também por meio de suas conversas com Atreus e sua forma de resolver conflitos, que não são mais movidos por vingança ou ódio, mas sim por amor e a vontade de proteger quem ele ama e o que julga certo.


Para falar melhor sobre a mudança e a busca de melhoria como ser humano, utilizo as próprias palavras de Kratos em seu último jogo, God of War Ragnarok (2022), para seu eu do passado, que aparece em uma espécie de ilusão de Valhala:


"Um deus da guerra, um destruidor, um deus do sofrimento. Você perdeu tudo e todos. Não existe perdão para você. Você é cruel, arrogante e egoísta. Mas você é mais do que isso. Você sempre foi muito mais do que os outros viam."

Assim, que God of War e seus novos jogos se tornem cada vez mais ensinamentos para aqueles que os jogam, para aqueles que apreciam sua história e a jornada de Kratos, que ainda não chegou ao fim, pois ele é muito mais, sempre foi muito mais.

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