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A volatilidade das manifestações de Magia em obras fantásticas

Gabriel Mello










Saudações, viajantes dos reinos da literatura fantástica! Não, vocês não estão na coluna de Arte/Literatura, embora vocês me vejam com frequência lá. Hoje a proposta é um pouco diferente, mas bastante genuína da minha parte: nos aventurar por alguns caminhos da magia, uma força misteriosa que permeia as páginas de muito dos nossos livros de fantasia. Aqui, buscamos entender o que é magia e como ela se manifesta nas diferentes obras do gênero.


A magia, até mesmo dentro da crítica literária de ficção, é um elemento bastante abstrato e muito difícil de ser definido, algo sempre em transformação e sempre desafiando nossas compreensões mais básicas. Quando vivemos a experiência da leitura de algum livro de fantasia, não é tão normal pararmos para nos perguntar se aquilo apresentado faz sentido, ou se pode ser visto em algum lugar. Mas quando fechamos as páginas e deixamos de lado a ficção, parecemos cair numa encruzilhada ao tentar entender o que é a Magia dentro da literatura fantástica.


Isso porque em algumas histórias ela é tão tangível quanto uma espada de aço, realmente como um objeto mágico; em outras, tão sutil quanto a manifestação da natureza. Mas uma coisa é certa: sua a magia é volátil, e seus limites são tão elásticos quanto a imaginação dos autores que a criam.

Em muitas obras clássicas, a magia é retratada como um poder ancestral, enraizado nas entranhas de mundo antigo, como é bem comum de ser visto em livros de alta fantasia, como em "O Senhor dos Anéis", de J. R. R. Tolkien, "Feiticeiro de Terramar", da Úrsula Le Guin ou em "Garota, Serpente, Espinho", de Melissa Bashardoust. Ela flui através de feiticeiros e feiticeiras, canalizada através de rituais e encantamentos. É uma força que demanda estudo e disciplina, uma arte que apenas os mais dedicados podem dominar. É só pensar em Merlin, o lendário mago da corte do Rei Arthur, cujos poderes são tão vastos quanto os segredos dos antigos druidas.


No entanto, em contraste com essa visão mais tradicional, algumas obras mais contemporâneas desafiam esses conceitos clássicos de Magia em obras de fantasia, estendendo um pouco mais a régua de muitos críticos literários. A magia passa a ser um pouco mais imprevisível, selvagem; uma força que escapa ao controle humano. Ela brota dos cantos mais obscuros do universo, respondendo a um chamado que nem mesmo os mais sábios podem compreender. Considere, por exemplo, os estranhos poderes que permeiam as páginas de "A Guerra dos Tronos", onde feiticeiras lançam maldições e dragões ressurgem das cinzas como símbolos de poder e destruição, ou em "Intrumentos Mortais", em que os segredos da Magia fluem de runas a condições licantropes.


E o que dizer das obras que desafiam até mesmo a própria definição de magia? Aqui, a fronteira entre o natural e o sobrenatural se dissipa, e conceitos como ciência e magia se entrelaçam de maneiras inesperadas. Em "Harry Potter", por exemplo, feitiços e poções são ensinados em escolas de bruxaria, como se fossem disciplinas acadêmicas comuns. A magia é parte integrante do mundo, tão natural quanto respirar.


Por isso se torna cada vez mais interessante conhecer novos universos fantásticos, e ainda mais atrativo revisitar alguns. É evidente que a magia é uma força mutável, e que sempre foi, mas que está cada vez mais sendo entendida pelos autores como um elemento adaptável às necessidades das histórias que a abrigam. Ela pode ser uma ferramenta para explorar os temas mais profundos das personagens, mas também uma fonte de maravilha e de miséria, ou até mesmo um elemento fundamental da própria realidade.


Mas, independentemente de como é retratada, uma coisa é certa: enquanto houver histórias para contar, a magia continuará a tecer seus encantos sobre nós, leitores ávidos por novas aventuras em reinos de imaginação.



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