top of page
  • Instagram

“Alien Romulus”: Um retorno às origens para salvar uma franquia

Cleiton Lopes










Já fazia bastante tempo que não víamos algo realmente interessante do universo de Alien. Arrisco dizer que os realmente bons, foram Alien - O Oitavo Passageiro (1979), o original de Ridley Scott, e Aliens: O Resgate (1986), de James Cameron. Foram estes dois capítulos que trouxeram coisas novas para o universo da ficção científica e do terror. Os demais sempre tinham algo estranho, que atrapalhava a plenitude das produções - incluindo um Predador. Apesar de existir alguns títulos subestimados como Prometheus (2012), que marca a volta de Ridley Scott para a franquia, - e que merecia mais reconhecimento -  mas, não conseguiu ser algo tão interessante como o primeiro. Até que alguém resolveu voltar às origens e aí nasceu Alien: Romulus (2024), dirigido por Fede Alvarez que já havia se envolvido em outra série de filmes amada pelos fãs de terror em A Morte do Demônio (2013).


Nesse novo capítulo da saga do Xenomorfo, Alvarez volta com a ideia de um terror espacial em que se passa basicamente em um único ambiente. Um grupo de jovens tentam fugir de um planeta colonizado pela corporação Weyland-Yutani.

Para tanto, eles descobrem uma estação espacial abandonada próxima e acreditam que lá vão encontrar um veículo capaz de os levar para um lugar melhor. Entretanto, como você pode imaginar, as coisas não saem como planejado. 


Ao invés de liberdade, eles encontram algo muito mais ameaçador lá dentro.


Depois de introduzidos os personagens, ainda em solo firme, suas motivações e principais objetivos, Alien: Romulus não dá muita brecha para respirar. Assim que as coisas começam a ficar complicadas na nave, cenas de terror e tensão ocupam o filme todo. O que é ótimo. Ao invés de questionamentos sobre a origem do homem e questões filosóficas como tinha sido empregado em Prometheus e Alien: Covenant (2017), de Ridley Scott, temos um longa de sobrevivência que coloca as grandes corporações, representada pela Weyland-Yutani, como principal vilã da história – o que também era um dos elementos do primeiro capítulo. O medo vem de estar trancado em um lugar isolado, com uma criatura ameaçadora, resistente a qualquer coisa e que o próprio sangue é ácido.


É interessante notar, também, que o filme é construído de uma forma que seja possível apreciá-lo mesmo não tendo visto nenhuma das produções anteriores. Na linha do tempo da franquia, Romulus se passa entre O Oitavo Passageiro e O Resgate, mas, como os personagens principais são civis e não militares ou cientistas, como na maioria dos outros títulos, eles não têm conhecimento prévio sobre a criatura ou qualquer coisa que a envolve. Portanto, no decorrer do filme, as coisas precisam ser explicadas. Quem nunca assistiu nada, vai entender os detalhes, como eles podem sobreviver ou morrer. Quem já viu os anteriores, vai conseguir identificar de onde vieram alguns elementos que já apareceram anteriormente. É interessante que, apesar de ser visto pela maioria dos fãs como menor, Alien: Romulus ainda utiliza Prometheus em seu quebra cabeça (não vou dizer como para não atrapalhar a experiência de identificar na tela).


É interessante pensar também, que até mesmo nos bastidores o diretor recorreu às técnicas do primeiro Alien. A maioria das cenas foram utilizados animatrônicos e atores vestindo trajes do alienígena. Os efeitos por computador aparecem somente em momentos extremamente necessários em que não era possível simular de forma prática. Isso traz um ar de um universo mais palpável. Vira mais uma questão estética do que obrigatória como no original em que os recursos eram bem limitados, mas que acaba agregando muito ao filme. Acredito que para os atores seja mais interessante trabalhar dessa forma por conseguirem ver o que estão enfrentando e não apenas uma bola verde, ou às vezes nada, que será introduzido futuramente de forma digital.


Sendo assim, para acertar os trilhos da franquia Alien, Fede Alvarez retorna as origens do sucesso dos seus melhores capítulos, as entende e as replica em seu Alien: Romulus. Mas sem fazer algo como Star Wars: Episódio VII - O Despertar da Força (2015), de J.J. Abrams, que foi quase que um remake do Star Wars: Episódio IV - Uma Nova Esperança (1977), de George Lucas. Em Romulus temos a essência precedendo

4 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page