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Foto do escritorNicolas R. Aquino

As problemáticas das expectativas: enfim dei play em “Wish: O poder dos desejos”

Nicolas R. Aquino. Colunista da Revista Especular












No dia 03 de Abril, o filme que prometia homenagear e dar um vislumbre do que podemos esperar dos estúdios Walt Disney para os próximos anos foi lançado no Disney +. "Wish: o poder dos desejos" não só tinha a missão de apresentar uma nova princesa para a franquia mais famosa da casa, como precisava cumprir com os desejos dos fãs. No entanto, ao que parece, o filme não conseguiu atender às expectativas estabelecidas.


Justamente por muitos fãs estarem ansiosos para o tão aguardado filme dos 100 anos da Disney, havia muitas expectativas em volta de "Wish". Mas desde seu lançamento nos EUA, até o lançamento aqui, no Brasil, no dia 04 de Janeiro, o filme foi massacrado tanto pelas pessoas que saíam das salas de cinema, quanto pela crítica especializada. Poucos eram aqueles que gostavam verdadeiramente do filme ou falavam do quanto "ele é mágico". Portanto, bastou uma onda de comentários negativos para que eu (e, acredito, muitos de vocês) me afastasse das salas de cinema ou desse prioridade a outros lançamentos.


Com a chegada do filme ao Disney +, de forma despretensiosa e sem esperar muita coisa, decidi dar play naquilo que era dito como “sem personalidade”, “de enredo fraco” e “com músicas ruins”. E posso dizer que tive uma grata surpresa. A história do filme até que é bem simples: 


"Wish: O Poder dos Desejos", dos estúdios Walt Disney, é uma comédia musical animada que leva o público para o reino mágico de Rosas. Lá, Asha, uma moça perspicaz, faz um desejo tão poderoso que é atendido por uma força cósmica: uma pequena esfera de energia ilimitada chamada Star. Juntas, Asha e Star enfrentam um inimigo formidável - o governante de Rosas, Rei Magnífico. Elas farão de tudo para salvar a comunidade e provar que, quando um ser humano corajoso se une à energia das estrelas, muitas coisas maravilhosas podem acontecer.  https://www.disney.com.br/filmes/wish-o-poder-dos-desejos 

Dada a devida sinopse, acho importante dizer que "Wish" tem alguns dos elementos clássicos que consagraram o estúdio, como uma protagonista forte, determinada e com um grande senso de justiça; além de que sidekicks estão sempre por ali para auxiliar nossa protagonista. Temos também um vilão, que é puramente maldade, como os vilões clássicos, e diversos outros elementos, tanto narrativos quanto visuais, que referenciam muitos dos sucessos anteriores.


Asha e seus sidekicks  (Imagem: Reprodução/ Disney+)
Asha e seus sidekicks (Imagem: Reprodução/ Disney+)

Acredito que os principais “defeitos” de Wish, e os que possivelmente alavancaram uma onda negativa para o filme, possam ser visto sob dois pontos, que tanto podem ser esperados de um projeto Disney, como podem simbolizar algo que foi dito durante a divulgação e que está diretamente relacionado com o que o estúdio promete entregar no futuro.


O primeiro deles, embora não seja uma exclusividade à história de Asha, é a falta de romance. A Disney na Linha Princesas é conhecida por entregar lindas histórias de amor protagonizadas por jovens que acabaram de se conhecer e que casam da noite para o dia; e caso você tenha sentido uma leve estranheza com a forma que descrevi essas histórias é porque provavelmente esse tipo de construção narrativa já não seja tão atraente ao público, algo que a Disney percebeu, e vem deixando o cenário do amor romântico cada vez mais em segundo plano.


O outro fator, até mais delicado que a falta de um romance, são as músicas. Em um mundo onde temos Frozen (2013), Aladdin (1992), A Princesa e o Sapo (2009), Bela e a Fera (1991) e muitos outros filmes que entregam trilhas sonoras apaixonantes, "Wish" parece um artista de um sucesso só. Embora eu tenha sido convencido pela história e por toda a construção de Rosas, e principalmente como o fim no filme impacta diretamente o lore do estúdio, tenho que admitir que a trilha sonora é simplória e sem brilho, em total contraste com a pequena estrelinha, que rouba a cena durante todo o filme.


Ao terminar de assistir "Wish", tive um mix de sentimentos. Lembro que logo pensei como o filme foi injustamente julgado e que,, sim, possui bons elementos. Mas, ao mesmo tempo, tudo ainda parece um pouco cru, e isso está relacionado às promessas da Walt Disney para o futuro. O filme consegue entregar uma pluralidade de personagens, um estilo de animação que, embora semelhante ao usado nos últimos anos, consegue se destacar, mesmo que possa faltar um polimento maior. As músicas que reclamei anteriormente têm um certo potencial, tendo em vista que o estúdio aparentemente tem trazido novos rostos ao seu leque de compositores na busca de se comunicar com as novas gerações, algo que é visível em seus últimos projetos.


Se você aí do outro lado alguma vez confiou em minhas palavras, digo que deve confiar mais uma vez e dar uma chance a "Wish"; talvez sem muitas expectativas e tendo em mente os pontos abordados acima. Sei que é difícil não ver algo com algumas expectativas e desejos prévios, mas isso pode acabar transformando experiências positivas em algo frustrante. Por isso, aconselho que desfrute da cultura pop de coração aberto, mas sem nunca perder o senso crítico de forma justa e pessoal, e não tão movido pelo coletivo.




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