top of page

Me identifico com protagonistas de séries adolescentes, devo me preocupar?

Nicolas R. Aquino













Se entrar agora no catálogo de qualquer serviço de streaming e procurar algo para assistir, tenho certeza de que uma boa quantidade de séries protagonizadas por adolescentes vai aparecer muito antes de algo que possa te interessar. Talvez você até já tenha visto alguma delas, se tiver um gosto questionável para séries como eu, claro – sim, você não está sozinho –, possivelmente viu a maioria delas.


Neste momento, deve estar com o questionamento apresentado no título deste texto na cabeça, se perguntando com quais e com quantos protagonistas entre os dezesseis e vinte e dois anos você se identifica. Assim que perceber que são muitos, talvez entre em crise. Mas calma, jovem gafanhoto! Com o passar dos parágrafos, tentarei apresentar uma perspectiva positiva que te faça se aceitar como um protagonista de série teen.


Protagonistas jovens entre o Ensino Médio e o começo da vida adulta sempre atraíram uma grande quantidade de público para a frente das telinhas. Clássicos como Buffy: A Caça-Vampiros (1997-2003), Kenan & Kel (1996-2000), O Mundo é dos Jovens (1993-2000) e Gilmore Girls (2000-2007) são alguns exemplos disso. Esses gigantes das produções norte-americanas dominaram os canais de TV do mundo e serviram, juntamente com outros vários exemplos, para as produções que viriam nos anos seguintes, responsáveis por moldar gerações.


Por se tratar de séries teen, o esperado é que pessoas que compartilham a faixa etária com aqueles personagens correspondam ao público consumidor dessas séries, mas a realidade é um pouquinho diferente...

Por se tratar de um produto comercial que visa usar das liberdades, dilemas e ousadias para retratar o fim da adolescência e o começo da vida adulta, os responsáveis pelas produções costumam elencar atores e atrizes mais velhos que não só podem protagonizar histórias mais adultas, como representam muito bem o padrão fantasioso de corpos e atitudes que os jovens acreditam representar essa etapa de suas vidas.


Essa apresentação mais “libertina” da vida jovem não só deslumbra muitos jovens, como também aproxima o público mais velho dessas produções. Não afirmo tais fatos como um puritano, e sim como alguém que foi muito agraciado pelos ensinamentos desses programas. Acredito que todo jovem adulto nascido dos anos 2000 em diante sabe muito bem as experiências que as “farofas” adolescentes podem proporcionar, tanto para fins positivos como negativos, já que apresentam o melhor da vida, mas também podem trazer uma camada de realidade e consequências de ações que muitos anseiam experienciar ao longo da sua juventude.


Tivemos há uns bons anos uma safra de bons frutos com Gossip Girl (2007 a 2012), Pretty Little Liars (2010-2017), Glee (2009-2015) e muitas outras. O fato de identificação e referencial dessas séries movimenta a Cultura Pop até hoje. Afinal, quem nunca quis fazer parte de um grupo de canto coral, ser parte dos grupinhos de alunos populares ou, no pior dos casos, investigar um assassinato que nem as autoridades mais competentes – nesses casos, estranhamente incompetentes – conseguiram solucionar, mas que um grupo de jovens desocupados com certeza conseguiria?


As amadas séries adolescentes, ao meu ver, são regadas de uma aura adulta usada como um elemento de atração que puxa tanto os jovens animados para viver aquelas experiências – que, convenhamos, fazem parte da realidade de muitos adolescentes, menos os vampiros – quanto um público mais velho, que as consome com um certo saudosismo da sua “era de ouro”. Esse fenômeno, como dito anteriormente, vem ganhando novos representantes, como a minha queridinha "Eu Nunca..." com a protagonista mais verdadeiramente adolescente que eu já vi; "De Volta aos 15", que traz todo o sentimento nostálgico aos mais velhos (estou falando com você, jovem na casa dos vinte); e "Heartbreak High", que traz todo o frescor das vivências e dilemas das novas gerações sem perder os elementos clássicos das séries adolescente.


Dito isso, você que no começo do texto estava preocupado por se identificar com protagonistas de séries adolescentes, espero ter acalmado seu coração com o que foi apresentado a cima. Orgulhe-se de ser como alguns desses protagonistas, já que todos nós precisamos de um pouco de energia teen para encarar a vida adulta.

38 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page